Rastros do Modernismo: 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922
Em fevereiro, quando se celebra o centenário do evento que reuniu as vanguardas artísticas da época e deu prosseguimento ao Modernismo, a Galeria Casa realiza uma mostra com obras de artistas de diversas gerações que em alguma medida fizeram parte do movimento ou que ainda repercutem seus efeitos
Em comemoração ao centenário do movimento cultural que estabeleceu outras bases para a produção artística no Brasil, a Galeria Casa apresenta a mostra Rastros do Modernismo: 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922. Com curadoria de Carlos Silva e obras de 15 artistas de diferentes gerações, a exposição dividida em cinco eixos apresenta um panorama das artes visuais brasileiras ao longo dos últimos 100 anos. A mostra abre ao público de 5 a 27 de fevereiro, com visitação de terça a sábado, das 14h às 22h, e domingo, das 12h às 20h. A entrada é gratuita e a classificação indicativa, livre para todos os públicos. A Galeria Casa fica no Casapark, Piso Superior, dentro da Livraria da Travessa.
O curador Carlos Silva ressalta que a exposição “Rastros do Modernismo: 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922” tem como objetivo “traçar um panorama histórico sobre a arte moderna no Brasil, chegando até o estabelecimento de uma possível linha de conexão com Brasília. Um dos eixos visuais dessa tendência é a abstração geométrica e o trato livre para a apresentação de figuras. Outro é o compromisso com a linguagem: as obras são resultado em desenvolvimento dentro do processo de pesquisa de cada artista”.
Distribuídos em cinco eixos, os trabalhos dos artistas abrangem os 100 anos entre a realização da Semana de Arte Moderna e os dias atuais, com obras em pintura, desenho, gravura, escultura e técnica mista. O Eixo 1 – Origem organiza o início histórico da “Semana”, com obras de Emiliano Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral. O Eixo 2 – Desenvolvimento traz alguns dos desdobramentos do Modernismo, com trabalhos de Alfredo Volpi, Amilcar de Castro e Fayga Ostrower. O Eixo 3 – Brasília Inaugural é uma aproximação com a capital federal e reúne Bruno Giorgi, Roberto Burle-Marx e Rubem Valentim. O Eixo 4 – Brasília Moderna apresenta algumas produções de professores da UnB que legaram um importante papel na difusão da arte moderna no Planalto Central, como Marília Rodrigues, Athos Bulcão, Glênio Bianchetti e Maciej Babinsky. E o Eixo 5 – Brasília Pós-moderna traça um pequeno panorama contemporâneo da produção em Brasília, com Helena Lopes, Raquel Nava e Sanagê Cardoso.
A Semana de 22
Realizada entre 13 e 19 de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna de 1922 dá prosseguimento ao Brasil no Modernismo, reunindo as vanguardas da época e propondo uma renovação da produção artística e cultural do país. Organizada pelo escritor Mário de Andrade em colaboração com o também escritor Oswald de Andrade e o pintor Emiliano Di Cavalcanti, reuniu no Teatro Municipal de São Paulo artistas que já produziam trabalhos em literatura, artes plásticas, música e teatro. Participaram do evento a pintora Anita Malfatti, os escritores Menotti del Picchia, Manuel Bandeira e Ronald Carvalho e o compositor Heitor Villa-Lobos.
Sobre o curador
Carlos Silva nasceu em 1963 em Barretos (SP). Vive e trabalha em Brasília desde 1982. Atua como artista visual, historiador, mestre em arte, especialista em psicologia e educação, professor, curador independente, crítico, coordenador de cursos livres e programas educativos em artes visuais, diretor de galeria, consultor, diretor de criação. Foi membro do Conselho de Cultura do DF e professor do Departamento de Artes da UnB. Como curador e assistente, assinou “suspensões”, “a seco”, “fora do lugar” e “100 anos de Athos Bulcão”. Participa de exposições individuais e coletivas. Atua na interface entre arte, história, literatura, psicanálise e filosofia. Publica textos técnicos e poéticos com frequência