Brincadeiras no pilotis
Na nova campanha do casapark, o Bruno, pai do Pedro, nos conta sobre como é criar os filhos em Brasília. Entre as diversas características únicas da cidade, poder brincar nos pilotis é certamente uma das mais marcantes. Uma excelente atividade que convida ao convívio e contato com o ar livre, nos pilotis encontramos um lugar seguro para as brincadeiras infantis e a interação com os vizinhos e a comunidade.
Símbolos da arquitetura modernista de Brasília, os pilotis da Superquadra exercem diversas funções arquitetônicas e urbanísticas. Ampliam o olhar e liberam a passagem dos pedestres, democratizam o uso da terra, e se tornam palco mais seguro para as brincadeiras infantis. Faz parte da identidade do Plano Piloto encontrar grupos de crianças aproveitando esses espaços embaixo dos prédios.
Nos pilotis, nós temos uma certa segurança. Dá para brincar de patinete, para correr. Dá para brincar em grupo com a família, com os vizinhos, com os colegas. Podemos aproveitar com os filhos um espaço livre de carros, do sol, da chuva. É um playground em potencial ao nosso alcance, logo ali na parte debaixo do prédio. É, enfim, um dos grandes benefícios de morar na Superquadra. “É muito bom morar nessa cidade, que é feita, na sua área residencial, para que você possa usufruir dela, saindo do seu apartamento, indo para o parquinho, para a escola perto de casa. Fazemos muitas coisas a pé”, conta o Bruno, nosso correspondente.
Maria Elisa Costa, filha do urbanista criador de Brasília, Lucio Costa, escreveu sobre o resultado dessa experiência que foi a superquadra, com o uso, pela primeira vez, dos pilotis como presença urbana contínua. O texto, lançado quando Brasília fez 25 anos, foi republicado no livro Registro de uma vivência, de Lucio Costa, e traz uma análise que se mostra bastante atual. Segue trecho sobre a transformação cultural e social proposta pelo projeto:
“O fato é que a população assimilou a superquadra com grande facilidade; os pilotis livres, a presença dos porteiros, o espaço para correr e brincar, os gramados generosos, permitem que as crianças se soltem desde muito pequenas. E as primeiras crianças conviveram de igual para igual com outras crianças desconhecidas, vindas dos mais diversos recantos do país ‒ não havia lugar para os preconceitos que normalmente existem na classe média nas cidades de origem: as pessoas não tinham sobrenome. Na quadra, todos eram pessoas igualmente novas, num ambiente novo. E foi daí que surgiu uma geração nova, uma maneira de viver nova, que começa a gerar uma nova cultura. A superquadra é a verdadeira raiz de Brasília, que fez a árvore crescer e dar frutos.”
Inspirados para curtir os pilotis? Preparamos aqui uma lista de brincadeiras para aproveitar debaixo do bloco!
Elástico
São necessárias pelo menos três pessoas para a brincadeira e uma tira feita com quatro a seis metros de elástico amarrado nas pontas. Dois dos participantes, distante uns três metros um do outro, colocam o elástico ao redor dos tornozelos, formando um retângulo. O terceiro jogador se posiciona ao lado do elástico e pula no vão com uma ou duas pernas.
Os que seguram a tira podem variar a altura do elástico, para que o jogador tente entrar no retângulo de outras maneiras. A sequência dos pulos pode ser determinada pelos participantes ou com a movimentação do elástico, que, além de mudar de altura, pode ser cruzado.
Pique-esconde
São necessárias pelo menos duas pessoas. Uma delas, com os olhos fechados, vendados ou virada para uma pilastra, não vê onde as outras se esconderam e tem um tempo para tentar encontrá-las. O tempo que os demais têm para se esconder e ela tem para procurar são determinados antes da partida.
Existem versões em que, se os jogadores que se esconderam conseguem voltar à base, geralmente uma pilastra ou árvore onde o que procura iniciou a partida, eles se salvam e ganham o jogo. Também é possível dividir um grupo maior em times. Um para esconder e o outro para procurar.
Corda
Uma brincadeira para uma ou mais pessoas. Alguém segura cada extremidade da corda. Quem está pulando recebe comandos – com um pé só, com dois pés, batendo palmas, em dois tempos – para aumentar o grau de dificuldade e a emoção!
Pique-bandeirinha
Separe um grupo em dois times. Cada um terá uma bandeira, ou algum objeto médio e fácil de enxergar. O objetivo é capturar a bandeira do time adversário e levá-la de volta para o seu campo. As bandeiras ficam na base de cada time, ao fundo de cada campo. O tamanho do campo e da base variam para aumentar ou diminuir a dificuldade do jogo.
Quando no campo do time oposto, os jogadores são penalizados quando forem tocados pelos adversários. É preciso decidir se eles vão voltar à sua base ou ficarem congelados, sem poder se mexer por um determinado tempo. Em algumas regras, a pessoa é congelada na primeira vez que for pega e deve voltar à base se for pego mais de uma vez. Vale lembrar que geralmente não é permitido arremessar a bandeira inimiga para o seu campo. É preciso atravessar o campo adversário com ela.
Bete
Vamos precisar de uma bola, a de tênis funciona bem, bastões e uma base, que pode ser feita com lata, garrafa de plástico ou caixinha de papelão para a base. É preciso dividir o grupo em duplas: um começa com os tacos – são os rebatedores – e outro com a bola – são os lançadores. Se houver mais duplas, os demais ficam na fila à espera da sua vez. Marque dois círculos distantes cerca de 8 a 15 metros um do outro. Dentro deles ficarão as bases. À frente das bases ficam os rebatedores e atrás do limite das bases, os lançadores.
Os lançadores devem tentar derrubar a base oposta com a bolinha, enquanto os rebatedores devem defender a base usando o taco. Assim que o rebatedor acertar a bola, o lançador que a jogou corre atrás dela para pegá-la. Enquanto isso, os rebatedores correm entre as bases e batem os tacos quando se cruzam. Cada batida vale um ponto. Eles param quando o lançador pegar a bola. Se a base for derrubada, os times trocam de posição. Se houver mais de duas duplas, os rebatedores saem, os lançadores viram rebatedores e uma nova dupla fica no lugar dos lançadores.